Qual é o animal com maior capacidade de regeneração?
por Yuri Vasconcelos
É a esponja do mar, ser colorido e de formas exóticas que vive no fundo dos oceanos. Sua capacidade de regeneração é tão impressionante que, mesmo se for triturada num liquidificador, ela consegue renascer. "Em condições ideais, um indivíduo completo pode se reconstituir a partir de conjuntos celulares mínimos", afirma o biólogo marinho Márcio Reis Custódio, do Departamento de Biociências da Universidade de São Paulo (USP). Os ancestrais dessesanimais - que fazem parte do filo dos poríferos e podem ter até 2 metros de altura - surgiram há 1 bilhão de anos, período próximo ao do aparecimento das primeiras formas de vida no planeta. A seguir, veja como seria o processo de regeneração de uma esponja estraçalhada pela hélice de uma lancha.
Fênix dos mares
Esponja do mar consegue renascer a partir das próprias "cinzas"
1. Mesmo se for esmigalhada, a esponja vai se regenerar. Isso se deve, em parte, à estrutura simples de seu organismo: sem órgãos bem desenvolvidos, é formada por apenas uns 20 tipos de células polivalentes, capazes de desempenhar funções variadas (alimentação, secreção etc.)
2. Por um mecanismo ainda não totalmente compreendido pela ciência, as células isoladas lançam projeções de seu citoplasma em busca de outras células para se agregar
3. Em questão de meia hora, elas conseguem se reagrupar em pequenos aglomerados celulares. Nesses agregados iniciais, as células estão simplesmente "coladas" umas às outras, sem nenhum tipo de arranjo funcional
4. Após 48 horas, o agregado forma uma estrutura mais organizada, o primorfo, que é envolto por um tecido equivalente à nossa epiderme. Com essa "capa", que isola o meio interno do externo, a nova esponja pode continuar seu desenvolvimento
5. O primorfo busca se fixar numa rocha - como os corais, as esponjas precisam estar presas em algum lugar. Ele "tateia" a rocha e, ao notar que pode aderir a ela, secreta colágeno, formando uma fina camada na superfície. É ali que a nova esponja vai crescer
6. Durante a adesão, o primorfo, que tinha a forma de uma bolinha de até 3 milímetros, se achata para aumentar a superfície de contato com a rocha, melhorando sua fixação. Em laboratório, a adesão ocorre em cerca de 72 horas
7. Inicia-se então a regeneração dos tecidos. As células se multiplicam, formando canais e câmaras coanocitárias, que são as estruturas básicas do corpo desses animais. É por elas que as esponjas filtram a água do mar e retiram nutrientes para sua sobrevivência
8. À medida que o número de canais e câmaras aumenta, começa a surgir o esqueleto, que pode ser constituído de colágeno, sílica ou carbonato de cálcio. Em uma semana, a esponja, ainda um "brotinho", está novinha em folha
E o homem?
Nos mamíferos, o fígado é o órgão com maior capacidade de reconstrução
1. Assim que um fígado é cortado ao meio, as células das duas metades começam a se proliferar
2. Algumas também aumentam de tamanho, garantindo a reconstituição completa do tecido
3. O órgão volta à forma, mas em geral fica mais fibroso, pois os vasos sanguíneos não se recuperam plenamente
Campeões de ressuscitação
Confira outros animais especialistas em refazer o corpo
LAGARTIXA
1. Para escapar de um predador, a lagartixa amputa o próprio rabo, que fica se mexendo para desviar a atenção do inimigo
2. A regeneração começa logo após a amputação, por meio de grupo de células capazes de se organizar numa nova cauda
3. As vértebras do rabo original são substituídas por bastões de cartilagem e, em cerca de três semanas, a cauda está pronta
SALAMANDRA
1. Além do rabo, esse anfíbio pode regenerar as pernas e até os olhos. Após a amputação, uma camada de células epiteliais recobre a ferida
2. Uma massa de células não diferenciadas - chamada blastema - se desenvolve logo abaixo da epiderme
3. Células-tronco da coluna migram para o local e se diferenciam em outras que formarão o tecido muscular e cartilaginoso da perna, que fica pronta em semanas
1. Além do rabo, esse anfíbio pode regenerar as pernas e até os olhos. Após a amputação, uma camada de células epiteliais recobre a ferida
2. Uma massa de células não diferenciadas - chamada blastema - se desenvolve logo abaixo da epiderme
3. Células-tronco da coluna migram para o local e se diferenciam em outras que formarão o tecido muscular e cartilaginoso da perna, que fica pronta em semanas
Nenhum comentário:
Postar um comentário
escreva um comentário aqui!