10 de dezembro de 2010

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Como o pombo-correio sabe para onde levar a encomenda?

por Danilo Cezar Cabral
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Existem algumas teorias sobre a capacidade de orientação dos pombos-correio, mas nenhuma delas é 100% comprovada. O que se sabe é que os pombos-correio sempre voltam para onde nasceram. E é só para lá – e não para qualquer lugar – que eles levam a encomenda. As explicações mais comuns são:

- Os pombos têm um “instinto natural” parecido com o de aves migratórias;
- A visão privilegiada permite que localizem pontos de referência com facilidade;
- Eles se orientam pela posição do Sol;
- Eles possuem uma “bússola natural”, formada por partículas de magnetita no bico. O mineral apontaria o norte da Terra. Os pombos-correio são usados há muito tempo, inclusive na Primeira Guerra Mundial. Sem comunicação por rádio, eles levavam recados entre os batalhões. :->


CARTEIRO ALADO
Como o pombo Cher Ami ajudou um batalhão na Primeira Guerra Mundial


Cher Ami nasceu e foi criado em uma base do Exército americano próximo à cidade de Binarville, na França. Depois de treinado, ele foi doado ao comandante da 77a Divisão de Infantaria Americana. Esse grupo ficou conhecido como o Batalhão Perdido por ficar preso em uma depressão na floresta de Argonne, ali perto. O Batalhão Perdido avançou rumo ao norte, enquanto o resto dos americanos ficou no sul. Assim, o batalhão acabou cercado por inimigos alemães e também sob fogo amigo dos americanos, que não sabiam que havia aliados ali. O comandante do batalhão mandou uma mensagem aos compatriotas por meio de Cher Ami. Após ter percorrido 40 quilômetros em 25 minutos, atravessando a região ocupada pelos alemães, o pombo chegou à artilharia americana gravemente ferido, mas entregou a mensagem. O texto indicava a localização do batalhão e pedia que cessassem o fogo. Os 194 soldados do Batalhão Perdido comemoraram, aliviados.


VETERANO DE GUERRA
Mensagem entregue por pombo salvou 194 vidas


O voo de Cher Ami (“Caro Amigo”, em francês) para salvar a 77a Divisão ocorreu em outubro de 1918. E foi a última missão do pombo, que foi gravemente ferido durante o voo. Alvejado pelos alemães, acabou ficando cego de um olho, teve o peito atravessado por uma das balas e uma de suas pernas foi arrancada! Apesar dos ferimentos, ele entregou a mensagem aos destinatários e salvou 194 americanos do Batalhão Perdido. Depois da façanha, Cher Ami teve que se aposentar, mas ganhou a Cruz de Guerra francesa em homenagem ao seu heroísmo.
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Qual é o animal com maior capacidade de regeneração?

por Yuri Vasconcelos
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É a esponja do mar, ser colorido e de formas exóticas que vive no fundo dos oceanos. Sua capacidade de regeneração é tão impressionante que, mesmo se for triturada num liquidificador, ela consegue renascer. "Em condições ideais, um indivíduo completo pode se reconstituir a partir de conjuntos celulares mínimos", afirma o biólogo marinho Márcio Reis Custódio, do Departamento de Biociências da Universidade de São Paulo (USP). Os ancestrais dessesanimais - que fazem parte do filo dos poríferos e podem ter até 2 metros de altura - surgiram há 1 bilhão de anos, período próximo ao do aparecimento das primeiras formas de vida no planeta. A seguir, veja como seria o processo de regeneração de uma esponja estraçalhada pela hélice de uma lancha.

Fênix dos mares
Esponja do mar consegue renascer a partir das próprias "cinzas"

1. Mesmo se for esmigalhada, a esponja vai se regenerar. Isso se deve, em parte, à estrutura simples de seu organismo: sem órgãos bem desenvolvidos, é formada por apenas uns 20 tipos de células polivalentes, capazes de desempenhar funções variadas (alimentação, secreção etc.)

2. Por um mecanismo ainda não totalmente compreendido pela ciência, as células isoladas lançam projeções de seu citoplasma em busca de outras células para se agregar

3. Em questão de meia hora, elas conseguem se reagrupar em pequenos aglomerados celulares. Nesses agregados iniciais, as células estão simplesmente "coladas" umas às outras, sem nenhum tipo de arranjo funcional

4. Após 48 horas, o agregado forma uma estrutura mais organizada, o primorfo, que é envolto por um tecido equivalente à nossa epiderme. Com essa "capa", que isola o meio interno do externo, a nova esponja pode continuar seu desenvolvimento

5. O primorfo busca se fixar numa rocha - como os corais, as esponjas precisam estar presas em algum lugar. Ele "tateia" a rocha e, ao notar que pode aderir a ela, secreta colágeno, formando uma fina camada na superfície. É ali que a nova esponja vai crescer

6. Durante a adesão, o primorfo, que tinha a forma de uma bolinha de até 3 milímetros, se achata para aumentar a superfície de contato com a rocha, melhorando sua fixação. Em laboratório, a adesão ocorre em cerca de 72 horas

7. Inicia-se então a regeneração dos tecidos. As células se multiplicam, formando canais e câmaras coanocitárias, que são as estruturas básicas do corpo desses animais. É por elas que as esponjas filtram a água do mar e retiram nutrientes para sua sobrevivência
8. À medida que o número de canais e câmaras aumenta, começa a surgir o esqueleto, que pode ser constituído de colágeno, sílica ou carbonato de cálcio. Em uma semana, a esponja, ainda um "brotinho", está novinha em folha


E o homem?
Nos mamíferos, o fígado é o órgão com maior capacidade de reconstrução

1. Assim que um fígado é cortado ao meio, as células das duas metades começam a se proliferar

2. Algumas também aumentam de tamanho, garantindo a reconstituição completa do tecido
3. O órgão volta à forma, mas em geral fica mais fibroso, pois os vasos sanguíneos não se recuperam plenamente

Campeões de ressuscitação
Confira outros animais especialistas em refazer o corpo

LAGARTIXA

1. Para escapar de um predador, a lagartixa amputa o próprio rabo, que fica se mexendo para desviar a atenção do inimigo

2. A regeneração começa logo após a amputação, por meio de grupo de células capazes de se organizar numa nova cauda

3. As vértebras do rabo original são substituídas por bastões de cartilagem e, em cerca de três semanas, a cauda está pronta



SALAMANDRA

1. Além do rabo, esse anfíbio pode regenerar as pernas e até os olhos. Após a amputação, uma camada de células epiteliais recobre a ferida

2. Uma massa de células não diferenciadas - chamada blastema - se desenvolve logo abaixo da epiderme

3. Células-tronco da coluna migram para o local e se diferenciam em outras que formarão o tecido muscular e cartilaginoso da perna, que fica pronta em semanas
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A zebra é um bicho preto com listras brancas ou branco com listras pretas?

por Yuri Vasconcelos
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Ainda não há uma resposta definitiva para esse que é um dos mais insondáveis mistérios da natureza. Nos debates científicos – por incrível que pareça, há especialistas para discutir esse assunto –, a idéia mais aceita é de que a zebra é um bicho negro com listras brancas. Essa é a teoria que os biólogos americanos Gilbert Scott e Susan Singer sustentam no livro Biologia do Desenvolvimento. A dupla tem dois argumentos principais:

1. Argumento evolutivo Havia uma espécie de zebra, que vivia na África e foi extinta no século 19, que só tinha listras na parte da frente do corpo – o resto era todo escuro. 

2. Argumento geográfico Como as zebras são originárias da África, região de calor intenso, o mais lógico é pensar que os ancestrais da zebra fossem mais pretos do que brancos. A cor negra, nesse caso, ajudaria a proteger o bicho dos fortes raios de sol. É a mesma função que a pigmentação exerce no caso dos seres humanos – é só lembrar que foram os homens negros que melhor se adaptaram ao calor de rachar coco no continente. Se a origem das listras é incerta, a função delas é bem conhecida: a seqüência alvinegra é uma excelente arma para camuflar o bicho. Quando a zebra está correndo para fugir de um leão ou outro predador, as listras deformam a silhueta da zebra e fazem com que ela se confunda com a paisagem, ajudando o animal a escapar do inimigo. Uma última curiosidade é que essa peculiar pelagem funciona como uma impressão digital: não existem duas zebras com o mesmo padrão de cores! Cada animal tem um número de listras diferente, com espessuras diversas e desenho únicos. Uma roupa feita sob medida.
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Por que personagens de desenhos põem sal na cauda de pássaros?

por Marcel Nadale
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Essa "técnica" não tem nada de científica. Na verdade, esse costume se refere a uma expressão folclórica do inglês (to salt a bird’s tail - "salgar uma cauda de pássaro", em português). O ditado popular geralmente é passado de pai para filho, para ensinar as crianças que às vezes vale mais a pena "meter a mão na massa" do que utilizar outros artifícios - ou seja, vale a pena pegar o pássaro em vez de distraí-lo. "Se alguém conseguisse chegar perto o suficiente de uma ave para colocar sal nela, já daria para simplesmente pegá-la com as mãos", afirma o especialista em pássaros Guilherme Renzo Rocha Brito. Os desenhos animados confirmam a explicação. Na primeiríssima aparição do Pica-Pau, no desenho Knock-Knock (1940), ele atazana uma família de pandas. O pai tenta matá-lo a pauladas; e o filhinho, ingênuo, tenta usar a tática do sal. Esse não é o único mito envolvendo sacanagens com os animais. Veja abaixo outros.

Feras feridas
A triste lista dos truques para maltratar bichos; e os que são só lenda

Se você colocar sal numa lesma, ela derrete

Verdade, mas ela não "derrete", e sim se desidrata. Em contato com a água da "pele" dela, o sal forma uma solução mais concentrada do que a das células do animal. "Aí ocorre a osmose. A água se desloca do ambiente de menor concentração para o de maior", diz Vanessa Simão, especialista em moluscos do Museu de Zoologia da USP

Se você vibrar um bambu, o morcego "se joga" contra ele

Verdade, mas não é de propósito. "Como a vibração é muito rápida, o radar do animal não consegue perceber a exata localização do bambu", afirma Carlos Alberts, professor de zoologia da Unesp. O morcego emite um ultrassom quando o pau está em uma posição, mas, quando voa até a área "livre", dá de cara com o bambu ali

Se estiver cercado por fogo, um escorpião se mata

Mentira, até porque ele é imune ao próprio veneno. "O escorpião, acuado pelas chamas, apenas entra em posição de defesa, com o metassoma (a ‘cauda’) curvado sobre o corpo", diz o professor Alessandro Ponce Giupponi, do Museu Nacional, no RJ. Na verdade, o coitado acaba morrendo desidratado ou queimado mesmo

Se pusermos cigarro na boca do sapo, ele fuma até explodir

Mentira. Se colocarem um cigarro na boca de um sapo, ele reage como em todas as situações de medo: "Ele infla seus pulmões. Com isso, as pessoas acham que ele está fumando", afirma Adriano Marques, biólogo especialista em anfíbios da PUC-MG. "Na verdade, o anfíbio morre intoxicado com as impurezas contidas na fumaça"

• Nunca faça isso! Todo animal desempenha uma função importante no ecossistema e merece respeito

Se a galinha cair no chão de certa altura, pode quebrar o ovo que ainda não botou?

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Sim, mas isso é improvável de acontecer considerando a vida normal de uma galinha. Se a ave cair de um poleiro ou levar um tombo durante um vôo raso, que são as situações mais comuns de sua vida galinácea, o ovo ainda permanece intacto. “Para realmente quebrar, o ovo deve bater na região do útero, que é protegida pelas penas e tecidos musculares adiposos”, diz o veterinário Edivaldo Antonio Garcia, professor do Departamento de Produção Animal da Unesp. Portanto, se ela quebrar o ovo numa queda, é provável que sofra outras lesões. “O ovo pode ser quebrado também se a galinha se envolver em alguma briga ou tiver uma deficiência nutricional”, explica a veterinária Claudia Rossi. “Quando isso ocorre, é preciso fazer uma limpeza interna para que ele não perfure tecidos e cause infecções e morte”. Há casos ainda em que o ovo pode ser formado sem a casca – mesmo assim, ele sai normalmente, sem quebrar. 
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Como é feito o ritual de encantamento de serpentes?

por Tiago Jokura
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1- Comum na Índia, em outros países orientais e até no Norte da África, o encantamento de serpentes rola no meio da rua. O encantador escolhe um lugar movimentado e senta-se diante de um cesto que guarda a cobra – geralmente uma naja, que é mais vistosa
2- Com o cesto tampado, mas bem ventilado, a cobra fica em repouso no escurinho. Quando o encantador abre o cesto, ela se ergue para checar o que está acontecendo. Ao ver a flauta, assume sua posição natural de defesa, ficando com até um terço do corpo na vertical
3- Depois que a naja sobe, começa o carnaval. A flauta é tocada só para enganar a plateia, já que a serpente, surdinha, segue os movimentos, a fim de se defender. Para garantir o show, alguns encantadores passam urina de rato na ponta da flauta, estimulando o olfato da cobra
4- Se a cobra dá um bote – o que é raro acontecer –, a flauta vira escudo e o animal se machuca ao mordê-la. Conforme isso se repete na fase de adestramento, a cobra para de avançar
5- Com a naja devidamente “encantada”, é hora de manobras ousadas, como beijar a cabeça do animal. O segredo é chegar por cima, já que ela só dá o bote para baixo
6- Para recolher o animal, basta diminuir os movimentos da flauta – para amansar a cobra – e o volume do som – para enganar os pedestres e descolar uns trocados...

Outra medida de segurança é manter uma distância que supere um terço do comprimento da cobra
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Como os morcegos-vampiros atacam?

por Yuri Vasconcelos
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Primeiro eles encontram suas presas com ajuda de uma espécie de radar interno e depois mordem sua pele com dentes afiados. Das mais de 1 100 espécies de morcegos conhecidas, apenas três se alimentam de sangue: o morcego-vampiro-comum (Desmodus rotundus), o morcego-vampiro-de-asas-brancas (Diaemus youngi) e o morcego-vampiro-de-pernas-peludas (Diphylla ecaudata). As três espécies (leia mais sobre elas no site da ME) vivem somente no continente americano, do sul do Texas à Argentina. Os vampiros não atacam seres humanos: o morcego-vampiro-comum prefere animais maiores, como bois, vacas e cavalos. As outras duas espécies avançam sobre galinhas, aves e bichos silvestres de menor porte. Como esses morcegos só ingerem sangue, não resistem mais de três dias sem o líquido. Dentre os mamíferos, os morcegos-vampiros são os únicos exclusivamente hematófagos. Eles vivem em colônias de 20 a 100 indivíduos e são, junto com as demais espécies de morcegos, os únicos mamíferos totalmente adaptados ao vôo - outros, como o esquilo-voador, conseguem apenas planar. Isso se dá graças às membranas que unem quatro dos seus cinco dedos dos membros anteriores (equivalentes às mãos). Os morcegos integram a ordem Chiroptera, a segunda maior em número de espécies entre os mamíferos. O nome Chiroptera tem origem nas palavras gregas quiro ("mão") e ptero ("asa"): são, portanto, animais com as mãos transformadas em asas. De mordida em mordida, os morcegos vivem cerca de 20 anos.

A melhor defesa é o ataque

Morcegos localizam presa com visão e audição apuradas
1. Para se darem bem na hora do rango, os morcegos-vampiros contam com uma audição apurada. Outras espécies também têm boa visão. Isso mesmo: visão! Ao contrário do que muita gente pensa, os morcegos não são cegos, embora alguns sejam míopes. A maioria vê em preto e branco, mas certas espécies conseguem diferenciar cores
2. Para detectar presas e desviar-se de obstáculos, os morcegos usam a ecolocalização. Eles emitem pulsações sonoras de alta freqüência pela boca ou narina. Em frações de segundo, as ondas de ultra-som chocam-se nas presas e ecoam de volta. Os ecos são captados pelos sensíveis ouvidos do morcego, que calcula a direção e a distância de seu alvo
3. Com a presa na mira, os morcegos-vampiros têm uma estratégia de aproximação bem incomum. Pousam no chão perto dela e caminham ou correm, dando saltinhos. Para isso, encolhem as asas e usam as patas traseiras e os polegares das mãos. Um sensor de calor no focinho ajuda a achar os vasos sanguíneos mais superficiais da presa
4. Os vampiros têm entre 20 e 26 dentes, mas os que rasgam mesmo a pele da presa são os incisivos. Projetados para a frente, esses dentes são maiores do que os de outras espécies de morcegos. O corte tem de 3 a 5 mm de diâmetro e de 1 a 5 mm de profundidade. E não deixa aquelas duas marquinhas típicas como as que vemos nos filmes de vampiro
5. Mordida de morcego-vampiro não dói: uma substância anestésica presente na saliva impede que a vítima sinta dor. Além disso, a saliva desses morcegos tem partículas anticoagulantes, que evitam que o sangue se solidifique. Com a ferida aberta, o morcego lambe o sangue sem parar, em vez de sugá-lo
6. A refeição dura até 30 minutos. Nesse período, o bicho bebe 20 gramas de sangue, o equivalente a duas colheres de sopa. Essa quantidade é insuficiente para matar a presa, mas corresponde, em média, a 60% do peso do morcego. É como se um homem adulto, de 70 quilos, mandasse ver 42 quilos de comida por dia!

Bichos da pá virada

Entenda por que morcegos se alimentam de sangue e descansam de cabeça para baixo
DE PONTA-CABEÇA
Ao contrário dos demais mamíferos, os morcegos não caminham eretos - suas pernas e pés não se desenvolveram suficientemente. Por isso, na hora do descanso, para anular o peso do corpo, eles ficam agarrados de ponta-cabeça em árvores ou no teto de cavernas
DE MÃE PARA FILHO
Como mamíferos que são, os bebês vampiros sugam o leite da mãe até terem cerca de 10 meses de idade. Já a partir do segundo mês, no entanto, a mãe começa a regurgitar sangue em sua boca. Aos 4 meses, os "pequenos" já acompanham a mamãe nas caçadas
ORIGEM DUVIDOSA
Não há consenso entre os biólogos sobre a razão que levou as três espécies de morcegos a evoluir para beber sangue. Uma das teorias defende que os ancestrais dos vampiros comiam carrapatos e, pouco a pouco, passaram a se alimentar diretamente de sangue
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Por que alguns pássaros voam em formação?

por Fred Linardi
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Voar em bando e de modo organizado é uma estratégia das aves migratórias para gastar menos energia e cobrir distâncias maiores. Esses voos são comuns entre pássaros grandes, como gansos e cisnes, e aves marinhas, como biguá e pelicano. A economia de energia é tanta que, ao fi m da jornada, os pássaros chegam até 70% mais longe do que se voassem desordenados. O posicionamento também ajuda para que as aves se vigiem, já que nenhuma sai da vista da outra. "Outro diferencial para aves que migram em conjunto, mesmo fora de formação, é a questão da sobrevivência. Quando em grupo, elas estão mais protegidas de predadores, que fi cam confusos ao atacar uma ave e causar uma revoada das outras ao redor", explica Roberto Cavalcanti, do departamento de zoologia da Universidade de Brasília (UnB).

Pelotão impecável


Aves como os gansos-do-canadá fogem do inverno para se alimentar viajando milhares de quilômetros sem sair da linha 

AERODINÂMICA NATURAL
Quando a ave rasga o ar à sua frente, um vazio, chamado vácuo, se forma atrás dela por um instante. As aves de trás tiram vantagem disso, já que a camada de ar para romper fi ca menos densa. Além disso, as asas também deslocam o ar ao redor delas, causando um redemoinho, ou vórtice

SUAVE NAS AVES
O deslocamento de ar causado pela ave dianteira faz a ave de trás obter o mesmo rendimento de voo batendo as asas menos vezes. Três pássaros voando juntos já são o sufi ciente para montar um pelotão em que cada ave gasta 40% menos energia. Com menos esforço, também diminuem os batimentos cardíacos

ROTA DE FUGA
Pássaros que migram à noite se orientam pelas estrelas, enquanto os diurnos usam o Sol como referência de rota. Acidentes geográfi cos, como o recorte do litoral ou o percurso de rios, também indicam o melhor caminho. Os pombos, por sua vez, seguem seu rumo de acordo com os polos magnéticos da Terra!

RODÍZIO CONSTANTE
A ave que comanda a formação é a que mais se desgasta, enquanto as que estão no centro de cada "asa" são as mais benefi ciadas pelo deslocamento de ar dos vórtices. Quando o líder se cansa, migra para uma das pontas e um dos pássaros da segunda fi la assume a dianteira. Isso se repete várias vezes durante o voo

CARDÁPIO DE VOO
Meses antes de migrar, os pássaros reforçam a dieta para acumular gordura e chegam a dobrar de tamanho. Esse saboroso esforço ajuda a suportar a fome e a fadiga durante a longa viagem. Algumas aves, como o sabiá, se alimentam de insetos antes de partir e, durante a viagem, comem plantas e frutas

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Qual é o animal que mais bota ovos?

por Victor Bianchin
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Não existe um estudo sobre todas as espécies para saber quem põe mais ovos. Mas é certo que algumas botam mais que as outras. E, entre os vertebrados, o campeão é o peixe-lua. "Os tetrápodes (animais com quatro membros) produzem menos ovos que os peixes, e os invertebrados produzem mais que os vertebrados, mas existem variações dentro de cada grupo", explica Taran Grant, biólogo da Faculdade de Biociências da PUC-RS. Uma forma de saber se aespécie põe muitos ovos é observar o cuidado que os pais têm com a cria: em geral, aqueles que produzem muito não cuidam dos filhotes, enquanto os que produzem pouco tendem a proteger a desova durante algum tempo.

Corrida de ovos 
Conheça os campeões das cinco classes mais conhecidas de vertebrados

Peixe-lua
Média - 820 ovos por dia
É o vertebrado que bota mais ovos. Uma fêmea de 1,4 m encontrada possuía cerca de 300 milhões de ovos em seu ovário, e o mais provável é que fêmeas maiores carreguem ainda mais. É também o peixe mais pesado do mundo, chegando a 1 tonelada quando adulto
Espécie - Mola mola, encontrado nos oceanos Atlântico e Pacífico
Desova - 300 milhões de ovos
Desova/ano - Uma*

Sapo-cururu
Média - 120 ovos por dia
Dentre os animais com quatro membros, os anfíbios são os que colocam maisovos. Entre eles, o campeão é o sapo-cururu, que coloca até 35 mil ovos por desova. Apesar de ser nativo do continente americano, o sapo foi levado a outros países do globo para o controle de pragas
Espécie - Bufo marinus, encontrado nas Américas do Sul e Central
Desova - 8 mil a 35 mil ovos
Desova/ano - Duas

Tartaruga-verde
Média - cinco ovos por dia
As tartarugas são as que mais põem ovos entre os répteis, e a tartaruga-verde fica à frente nesse grupo. Assim como outras espécies da mesma família, as tartarugas-verdes cruzam os mares para chegar as suas praias de desova, podendo nadar até 2 600 km para isso
Espécie - Chelonia midas, encontrada em todos os oceanos
Desova - 100 a 200 ovos
Desova/ano - Até 11

Galinha Australorp
Média - 0,69 ovo por dia
Embora a perdiz-cinzenta, comum na América do Norte, seja a ave que mais põeovos por desova (de 16 a 17), as galinhas domésticas são as campeãs na média diária. A raça australorp ficou conhecida justamente por ser a que botamais ovos
Espécie - Gallus gallus domesticus, comum na Austrália
Desova - um ovo
Desova/ano - cerca de 250

Ornitorrinco
Média - 0,005 ovo por dia
Por incrível que pareça, existe mais de um mamífero que bota ovo. Além do ornitorrinco, há o equidna, que põe só um ovo por desova. As fêmeas do ornitorrinco desenvolvem os ovos no útero por quase um mês antes de botá-los, aquecem-nos quando saem e dão de mamar aos filhotes
Espécie - Ornithorhynchus anatinus, comum na Austrália
Desova - De um a três ovos
Desova/ano - Uma

*Não se sabe ao certo quantas vezes o Peixe-lua se reproduz anualmente, mas é certo que muitos peixes cartilagíneos só cruzam uma vez por ano.

Ovos pra dar e vender

Os recordistas entre os invertebrados
Ostra-gigante (Tridacna gigas): média de 4 milhões de ovos/dia
Mais de 500 milhões de ovos por desova / 3 desovas por ano

Siri-azul (Callinectes sapidus): média de mais de 5 mil/dia
Mais de 2 milhões de ovos por desova / 1 desova por ano

Rainha dos cupins: média de 2 mil ovos/dia
Mais de 2 mil ovos por desova / 365 desovas por ano

Límulo (caranguejo-ferradura): média de 110 ovos/dia
De 15 mil a 65 mil ovos por desova / 1 desova por ano

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Como são feitos os testes de laboratório em animais?

por Yuri Vasconcelos
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Animais servem de cobaias para testes de medicamentos, vacinas, cosméticos e até produtos de limpeza que podem ser feitos de diversas maneiras. Porquinhos-da-índia, camundongos, coelhos e macacos são os animais mais utilizados pelos cientistas, mas, em alguns casos, também se recorre a cães, porcos e até baratas. Os bichos que participam das experiências são criados em viveiros chamados biotérios e geralmente são sacrificados após o estudo. Os defensores dos direitos dos animais repudiam esses testes, afirmando que são cruéis e inúteis, mas os cientistas argumentam que, sem eles, os avanços da medicina seriam fortemente prejudicados.

DE OLHOS VERMELHOS

Coelhos cobaias medem os efeitos químicos da aplicação de cosméticos
1 O produto é pingado nos olhos do animal. Os coelhos são mais fáceis de manusear e têm olhos grandes, o que permite a visualização das reações causadas pela substância 

2 Como os produtos podem causar dor, irritação e ardor, os coelhos são imobilizados e usam suportes no pescoço. Isso evita que se mutilem arrancando os próprios olhos 

3 Também é comum o uso de clipes de metal nas pálpebras para manter os olhos da cobaia sempre abertos, o que ajuda na observação dos efeitos da droga que está sendo avaliada 

4 O estudo costuma ser feito sem anestesia e, como reação à substância testada, podem ocorrer inflamações, úlceras oculares e hemorragia. Em casos extremos, o animal pode ficar cego 

5 No final, o coelho é sacrificado para análise dos efeitos das substâncias em seu organismo. Críticos do teste dizem que ele é inútil porque os olhos dos coelhos têm anatomia bem diferente da dos nossos.

ROEDORES DOPADOS

Novos medicamentos são desenvolvidos com base em testes em animais
1 O novo remédio é testado em laboratório. No caso de uma droga contra o câncer, por exemplo, o pesquisador testa a sua eficácia numa cultura de células cancerígenas num frasco 

2 Quando os resultados são promissores, passa-se à segunda fase: o estudo em animais. Camundongos, por terem um ciclo de vida curto e fácil reprodução, são utilizados nos experimentos 

3 Antes de tudo, é preciso “infectar” o roedor com a doença. No caso de uma nova droga contra o câncer, isso significa fazer crescer um tumor, similar à cultura de células estudada em laboratório 

4 A nova droga é aplicada para comprovar a sua eficácia e toxicidade. Um estudo analisa como ela é processada pelo organismo – sacrificando o animal – e se tem efeitos na reprodução 

5 Dependendo dos resultados, o desenvolvimento da droga é descartado. Se o teste for bem sucedido o produto segue para a última etapa, quando será testado por pacientes

DOSE LETAL

Substâncias são injetadas no animal para determinar quão tóxicas são para os humanos
1 Uma sonda gástrica é inserida na garganta do animal para forçá-lo a ingerir a substância a ser testada. Macacos, por terem o organismo parecido com o nosso, são as cobaias mais utilizadas no estudo 

2 A substância testada quase sempre provoca dor, convulsão, diarreia, sangramentos e lesões internas nos animais. Ela também pode ser inalada ou administrada por meio de injeções 

3 O objetivo é saber qual é a dose máxima que o organismo pode suportar. Por isso, mesmo que a substância seja segura, é comum buscar uma concentração que leve as cobaias à morte

4 O estudo é feito em um grupo de animais e dura alguns dias até que metade morra – daí o nome LD 50 (sigla em inglês para dose letal 50%). Os que sobrevivem também são sacrificados 

- As substâncias testadas, geralmente, estão em produtos de consumo diário

PRÓS E CONTRAS DOS TESTES EM ANIMAIS

Pelo bem da ciência ou pelos direitos dos bichinhos de laboratório
CIENTISTAS
Sem os testes, as prateleiras das farmácias estariam vazias. Não haveria como criar novos remédios sem experimentá-los antes em bichos de laboratório. Os cientistas ressaltam também que seguem rígidos protocolos e códigos de ética que garantem o bem-estar e impedem o sofrimento dos animais.

DEFENSORES
A União Europeia aprovou, neste ano, novas regras que restringem o uso de animais em testes científicos. A medida é resultado de protestos de organizações que são contra tais experimentos. Os ativistas afirmam que os estudos são ineficazes e que drogas perigosas, como a talidomida , foram parar no mercado mesmo depois de testadas.

FORTE CALMANTE
A talidomida foi lançada, nos anos 50, como um sedativo. Mas, quando ingerida por mulheres grávidas, a droga causava má formação e ausência de membros no feto.

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